Pesquisas em Andamento

VÁLMI HATJE FAGGION:  líder do grupo de Pesquisa Estudos da Tradução

O Grupo Estudos de Tradução (CNPq/UnB) objetiva desenvolver pesquisa acerca do processo tradutório e de sua concretização em produto de tradução; abordará ainda aspectos inerentes ao ensino e aprendizagem de tradução para fins de formação acadêmico-profissional; objetiva, igualmente, examinar as relações entre linguagem e cultura na perspectiva da tradução, da crítica, da história da tradução e tradução literária e sistema literário. Organização e participação em eventos – Palestras, Congressos, Seminários, Encontros, Jornadas, oficinas. Publicações – Revistas, Livros, Capítulos de livros, Traduções de textos diversos. Dissertações (Pós-graduação) e Projetos de Iniciação Científica e de Trabalhos de Conclusão de Curso-TCC (Graduação).

Projetos de Pesquisa EM ANDAMENTO:

Circulação literária de Machado de Assis: estudos da Tradução e práticas editoriais de Memorial de Aires em alemão e inglês.

Reflexos da Ação do Servidor Público do Ministério da Agricultura Machado de Assis: a Agricultura Brasileira em Sua Produção Literária – Memorial de Aires.

Tradução audiovisual: novos gêneros e mídias (teatro e cinema): Pygmalion (1912) de Bernard Shaw no cinema, Pygmalion (1938).

ALICE MARIA DE ARAÚJO FERREIRA: líder do grupo de pesquisa TRADUÇÃO ETNOGRÁFICA E POÉTICAS DO DEVIR

http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/206841

PROJETO(S) EM ANDAMENTO:

LINHA 1 – POÉTICAS DO DEVIR:

A partir da concepção de tradução como experiência de migração e exílio (NOUSS, 2015, 2020) e como escrita da Relação (GLISSANT, 1990; 1996; MESCHONNIC, 1999; 1973; SAMOYAUTL, 2020; DIAGNE, 2024), o projeto Poéticas do Devir discute a tradução em diálogo com a antropologia (VIVEIROS DE CASTRO, 2018; WAGNER, ROY, 2010), a filosofia (DELEUZE & GUATTARI, 2010; FANON, 2011) e as artes. 

O objetivo principal do projeto é a elaboração de projetos po-éticos de tradução ou versão de textos literários, etnográficos e teórico-filosóficos de diferentes autores contemporâneos. Assim, constituem-se também como objetivos específicos:

  • análise do multilinguismo e suas manifestações em textos literários, etnográficos e teórico-filosóficos;
  • análise do recurso às escritas tradutórias enquanto dispositivos poético-retóricos;
  • elaboração de glossários enquanto paratextos tradutórios;
  • discussão sobre a escrita da versão e a figura do imigrante-tradutor.

LINHA 2 – PARA UM VOCABULÁRIO MULTILÍNGUE DE SENTENÇAS DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS.

Os direitos linguísticos reconhecidos por organizações internacionais como direitos humanos, em sua implementação, convocam/implicam os direitos de tradução. Estes devem assegurar a qualquer pessoa de estar linguisticamente presente em todas as situações discursivas em que a língua é um canal/meio fundamental para a devida compreensão e atendimento em instituições públicas, como nos tribunais de justiça e/ou de audiências. Nesse contexto judicial, a tradução e/ou interpretação forense se torna, uma “ferramenta de implementação do devido processo legal e de asseguração da ampla defesa e do contraditório no processo penal” (NORDIN, 2018, p. 2). A necessidade de intérpretes forenses profissionais de várias línguas que reconhecem as especificidades das interações enunciativas em contexto judicial se faz urgente no Brasil. Diante desse cenário, o objetivo principal da pesquisa é o de contribuir no esforço já empreendido por vários grupos de pesquisa dos quais podemos citar Mobilang (UNB), para a formação de intérpretes forenses com a elaboração de um vocabulário multilíngue de sentenças de tráfico internacional de drogas (VMSTID).

DIEGO MAURÍCIO BARBOSA: líder do grupo: GETRADI – Grupo de Estudos e Pesquisas em Estudos da Tradução e da Interpretação

http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/772547

PROJETO(S) EM ANDAMENTO:

Linha 2: Laboratório De Tradução Audiovisual Acessível (LabTavi)

Linha 3: Núcleo de Estudos e Práticas em Tradução e Interpretação de Libras – NEPTILS

Site do Laboratório De Tradução Audiovisual Acessível (LabTavi)

https://rtve.org.br/labtavi/

DIRCE WALTRICK DO AMARANTE

PROJETOS DE PESQUISA EM ANDAMENTO:

A língua instável: o teatro de Ionesco e Beckett, seus antecessores e sucessores.

A língua instável no Teatro do Absurdo: seus antecessores e sucessores. A presente pesquisa está voltada ao estudo de obras e autores que trabalham com a linguagem do chamado “Teatro do Absurdo”, a qual suscita questões estéticas e teóricas decisivas para a discussão da literatura e da arte dramática contemporâneas como:1.As migrações da voz narrativa, 2.a instabilidade do drama realista e do modelo do romance, 3.as relações cruzadas entre os gêneros literários, criando uma narração dramatizada, metaliterária, e um teatro eivado de elementos narrativos, também constitutivamente metateatral, 4.a linguagem eminentemente visual das peças finais de Beckett, por exemplo,5.o hermetismo e a ameaça de silêncio e esterilidade, entre outros tópicos. Desse modo, essa pesquisa busca refletir sobre temas derivados da multiplicidade de cruzamentos entre linguagens e tradições que a trajetória criativa de Ionesco e Beckett propiciam ao pesquisador.

FINNEGANS WAKE, DE JAMES JOYCE, PARA CRIANÇAS BRASILEIRAS

Não é a primeira vez que se tenta apresentar Finnegans Wake para crianças. Em 2004, a Editora Lamparina (Rio de Janeiro) publicou Finnício Riovém, uma adaptação para o público infantojuvenil do romance joyciano, assinada pelo tradutor e escritor Donaldo Schüler, que motivou as reflexões sobre as relações entre a literatura para adultos e a literatura para crianças, sobre a qual também pretendo me deter. Se Finnegans Wake é uma obra para adultos, sabe-se que ela se fundamentou, entre tantas outras obras, nos livros para crianças Alice no País das Maravilhas e Através do espelho, de Lewis Carroll. Não por acaso, The Books at the Wake (Os Livros do Despertar), de James S. Atherton, uma das mais importantes referências sobre as alusões literárias em Finnegans Wake, dedica um capítulo ao estudo da relação entre o último romance de Joyce e a obra de Carroll. começarem no meio de uma sentença, que nunca se completa. Muito embora a obra e o estilo de Carroll ecoem por todo Finnegans Wake, certamente nenhuma criança se sentirá tentada a ler espontaneamente esse intrincado romance, ou encontrará nele alguma semelhança imediata com os livros de Lewis Carroll. Do mesmo modo, dificilmente algum adulto ousará pensar não ser ele próprio, mas as crianças, o público-alvo do escritor irlandês. Foi preciso esperar, assim, quase um século para que a obra para adultos de Joyce retornasse a uma de suas origens: a literatura infantil, com Donaldo Schüler. Mas outras adaptações do romance podem ser  propostas para atingir o público mais jovem.

OUTROS

Jornal de Arte e Cultura Qorpus

Qorpus publica três edições regulares anuais. A revista Qorpus é uma publicação digital de acesso aberto vinculada, atualmente, ao Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (PGLIT-UFSC). Inserida na área de Linguística, Letras e Artes, Qorpus tem como missão ampliar a divulgação de trabalhos acadêmicos sobre os Estudos da Tradução, mais especificamente, suas intersecções com a Literatura, a Dramaturgia e as Artes.

Publica colaborações de artigos e ensaios inéditos em português, inglês, espanhol e francês; traduções literárias, traduções comentadas e traduções de artigos; resenhas; textos criativos literários, (áudio)visuais; e entrevistas com escritores, tradutores, professores e autoridades nas áreas de interesse da revista.

Qorpus destina-se a pesquisadores e também a uma audiência não acadêmica interessada nos temas da revista. O conteúdo e as opiniões emitidas pelos autores dos textos são de exclusiva responsabilidade dos mesmos.

ECLAIR ANTONIO ALMEIDA FILHO: líder do grupo de pesquisa Estudos Blanchotianos e de Pensamento do Fora

http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/31237

PROJETO(S) EM ANDAMENTO:

LINHA 1: Traduzir a voz feminina em Ulysses de James Joyce: o Monólogo de Molly Bloom

Este projeto visa investigar as nuances da voz feminina da personagem Molly Bloom em seu monólogo que encerra o romance Ulysses, de James Joyce, nas traduções brasileiras realizadas por Antonio Houaiss (1965) e Bernardina da Silveira (2005), a fim de realizarmos nossa própria tradução. Além disso, buscaremos compreender o papel inédito e transgressor de uma personagem feminina protagonista numa Dublin machista e conservadora dos anos 1920.

ELISA DUARTE TEIXEIRA: líder do grupo de pesquisa TermiTraDiCo – Terminologia e Tradução Direcionadas por Corpus

PROJETOS EM ANDAMENTO:

LINHA 2:

  • Expressões Idiomáticas com a Temática Alimentação: uma proposta Onomasiológica
  • Linguística de Corpus para Tradução e Terminologia (fase 2)
  • Terminologia da Mobilidade: criando recursos para tradutores e intérpretes

OUTROS:

Patentes:

FURTADO, A.B.D.; GONCALVES, C.C.E.C.; TEIXEIRA, E.D. Glossário Multilíngue Online sobre Migração e Refúgio. 2019.

Patente: Programa de Computador. Número do registro: BR512020002314-2, data de registro: 05/07/2019, título: “Glossário Multilíngue Online sobre Migração e Refúgio” , Instituição de registro: INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

FLÁVIA CRISTINA LAMBERTI ARRAES: líder do grupo de pesquisa COMPLETT – Corpus Multilíngue para Pesquisas em Línguas Estrangeiras, Tradução e Terminologia.

Grupo de pesquisa formado por pesquisadores da área dos Estudos da Tradução, Linguística, Ensino de Línguas e Línguas Estrangeiras Aplicadas  com o objetivo geral  de desenvolver estudos e projetos de pesquisas para preparar e tornar acessíveis corpora multilíngues, comparáveis e paralelos, pertencentes aos mais diversos domínios do conhecimento e tipologias textuais, bem como recursos terminológicos, materiais didáticos, ferramentas, tutoriais e produções bibliográficas que sirvam de apoio ao ensino de tradução, ao ensino de línguas e ao desenvolvimento de variados projetos linguísticos.

Link: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/4492045805651960

PROJETO(S) EM ANDAMENTO:

LINHA 2:

  • Ensino de tradução e estudos terminológicos orientados à formação do tradutor
  • Dicionário multilíngue do meio ambiente: termos em português brasileiro
  • COMMUTA – Corpus Multilíngue e Multiversão de Traduções de Aprendizes

OUTROS

SITE: Projeto COMPLETT (Corpus Multilíngue para Pesquisas em Línguas Estrangeiras, Tradução e Terminologia)

http://complett.unb.br/

PATRÍCIA TUXI DOS SANTOS: líder do grupo de pesquisa Tecnologias e Linguagens das Línguas de Sinais no Brasil e no Mundo

 dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/9565970176430008

PROJETO(S) EM ANDAMENTO:

LINHA 2: A Terminologia como instrumento de formação e atuação de Tradutores e Intérpretes de Libras;

LINHA 3: Estudos da Tradução e Interpretação de Língua de Sinais;

ALESSANDRA RAMOS DE OLIVEIRA HARDEN: líder do grupo de pesquisa A tradução como ferramenta de resistência e inclusão.

http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/7035204161466179

A pesquisa feita pelos membros do grupo vinculam-se primeiramente à tradução de textos relevantes para o entendimento de disciplinas como estudos de gênero, estudos negros, femininismo, feminismo negro, e outras ligadas a grupos específicos, como pessoas trans e pessoas com necessidades especiais. Nesse sentido, trata-se de traduzir com o fim de promover conscientização e disseminação de informações para atuação social. O trabalho do grupo já rendeu: Publicação de livro sobre tradução e literatura feminina negra; Tradução de artigos de autoras da segunda onda do feminismo; trabalhos de pibic com relatórios e traduções realizadas; cooperação com pesquisadoras da área da teoria feminista do direito no Brasil, com publicação de traduções e participação em eventos, com uma das pesquisadoras do grupo em pós-doutoramento (2023); cooperação com pesquisadora da Pontificia Universidade Católica do Chile; orientações de mestrado e artigos publicados.

Projetos de Pesquisa EM ANDAMENTO:

  1. A tradução não literária na sociedade: textos, gêneros e tradutores(as)
  1. Reescrita de decisões judiciais
  1. Direito, Linguagem e Estudos Feministas: relações construídas e reveladas pela tradução

 JULIO CESAR NEVES MONTEIRO: líder do grupo de pesquisa TRADUÇÃO: Políticas e práticas

dgp.cnpq.br/dgp/espelhorh/1316801774852650

O grupo propõe desenvolver pesquisas que, a partir de análises de processos tradutórios, desdobram-se em questões teóricas, contribuindo para uma epistemologia do campo. O grupo tem como objetivo investigar as políticas institucionais de tradução e verificar como se dão as práticas dos diversos agentes envolvidos no fenômeno chamado tradução. Ademais, questões relacionadas à formação e atuação de tradutores e intérpretes também são objeto de pesquisa do grupo.

Projetos de Pesquisa EM ANDAMENTO:

LINHA 1: Crítica e Recepção de literatura traduzida

LINHA 3: Tradução e interpretação em contextos institucionais

 

MARLOVA GONÇALVES ASEFF: líder do grupo de pesquisa  Sociologia e História da Tradução e da Edição, cujas linhas de pesquisa são: mapeamentos e catálogos no campo da tradução (edições de traduções, de tradutores e de outros agentes envolvidos no processo editorial); recepção, crítica e circulação de traduções (fluxos de tradução; sistema mundial de traduções; soft power; políticas de tradução etc.); relações entre literatura traduzida e literatura nacional (o papel das traduções na renovação de modelos literários em determinados momentos históricos; formação de cânones etc.); tradução como profissão (condições e fluxos de trabalho na indústria editorial e fora dela; status profissional, autoimagem, habitus do tradutor etc.).

PROJETO(S) EM ANDAMENTO:

  • Catálogos de tradução como fonte de pesquisa para os Estudos da Tradução e de recuperação da memória editorial
  • Tradução de poesia: teorias e práticas
  • Relações do Brasil com os países da América via tradução literária
  • Site e catálogo Poesia Traduzida no Brasil

 

OUTROS (site, blogs, canal etc):

– Site Poesia Traduzida no Brasil

On-line desde 2016, abriga um catálogo que atualmente está com mais de 1, 2 mil  entradas bibliográfica da poesia traduzida e publicada em formato livro no Brasil de 1920 até hoje. Além disso, também apresenta perfis de tradutores de poesia e publicações de interesse desse campo.

www.poesiatraduzida.com.br

 – Canal YouTube Poesia Traduzida no Brasil

LUIS CARLOS RAMOS NOGUEIRA: líder do grupo de pesquisa (RE)ENUNFRAPA – (Re)Enunciação Fraseoparemiológica

O grupo de estudos (Re)enunciação Fraseoparemiológica-(RE)ENUNFRAPA tem como objetivo principal fomentar a pesquisa no âmbito da Fraseoparemiologia e sua interface com os Estudos da Tradução, com vistas a observar o tratamento das unidades fraseoparemiológicas (UFPs) no processo tradutório. A ênfase deverá recair sobre as estratégias de tradução de tais unidades de uma língua para outra. Em seus desdobramentos, é ainda objetivo deste grupo promover a didática das UFPs e a criação de ferramentas de auxílio ao tradutor nesse campo, tais como dicionários, glossários, entre outras manifestações lexicográficas. Para tanto, abordará os aspectos inerentes ao universo dos ditos e frases feitas oriundos da Fraseologia, bem como da Paremiologia, tais como: a composicionalidade; a fixação; o idiomatismo; a convencionalidade, a motivação, a taxonomia, os problema que se desprendem da elaboração de glossários e dicionários, entre outros produtos lexicográficos.

http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/789069

PROJETO(S) EM ANDAMENTO:

(Re)Enunciação Cultural

Este projeto é uma ampliação dos projetos anteriores iniciados em 2022 e concluídos em 2023 e está vinculado à linha (2) de pesquisa Tradução e Práticas Sociodiscursivas do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução-POSATRAD (UnB). O objetivo geral deste projeto recai sobre as dificuldades que tem o tradutor em (re)enunciar na língua de chegada certas dificuldades culturais próprias da língua de partida. (Re)Enunciar aqui se vale do conceito cunhado por Ramos-Nogueira (2017) e adaptado para este novo contexto no qual se entende que se algo é dito na língua de partida, também pode ser dito na língua de chegada, independentemente de seu nível de intraduzibilidade. Desse modo, abandonamos o clássico conceito de equivalência para abraçarmos o conceito (re)enunciação, por meio do qual entendemos que é possível dizer de novo na língua de chegada todos os elementos culturais da língua de partida, seja ele um termo, uma unidade fraseoparemiológica, um conceito, ou uma manifestação artística, entre outras possibilidades. Esse dizer de novo poderá se manifestar por meio de uma correspondência total ou parcial; de um único lexema; de uma paráfrase, de um empréstimo linguístico; de um decalque; ou até mesmo de uma omissão, devidamente fundamentada. Ainda nessa perspectiva de ampliação, este projeto pretende abrigar pesquisas, adotando o conceito de virada cultural (cultural turn) de Bassnett Lefevere (1990) cuja razão de ser radica no fato de que o tradutor está envolvido em complexas negociações de poder e que o objeto dessa negociação é a cultura. Assim, a virada cultural nasce como um movimento que não ignora o fato de que a cultura atravessa qualquer pensamento ou escrita humana e, por esse motivo, inspira este projeto. Essa verdade, de certa forma, é a base da reflexão para as correntes teóricas que se desenvolveram a partir do mapa de Holmes (1972/1988), tais como o Descritivismo, a Teoria dos Polissistemas, o Funcionalismo Alemão e os próprios Estudos Culturais. Por tratar-se de um movimento que veio ganhando força ao longo dos anos e abrangendo os novos fenômenos socioculturais ocorridos nas últimas décadas, os Estudos Culturais, assim como este presente projeto, também se interessam pelos movimentos ideológicos que se foram delineando desde então, tais como: o gênero e seus desdobramentos (a tradução feminista, a tradução queer, etc.); a raça, a etnia e seus desdobramentos (a questão da negritude, a questão das diásporas, a questão indígena); o preconceito, seja ele no que diz respeito à questão religiosa o ou de gênero, entre outras muitas possibilidades. Por todas as razões enumeradas anteriormente, este projeto pretende desenvolver pesquisas que tratem das questões culturais de um modo geral, seja no tocante às manifestações culturais presentes numa língua, seja no comportamento sociocultural dos falantes dessa língua. O formato da pesquisa poderá assumir os contornos de uma descrição, de uma comparação entre traduções, de uma tradução comentada, de uma crítica de tradução, de uma análise da didática do ensino de elementos culturais para a tradução, de uma análise didática do ensino de uma língua para a tradução, ou até mesmo na confecção de materiais de cunho cultural que auxiliem o tradutor em seu ofício.

La feminil condición de Ana María Shua: Una propuesta de traducción libre de muros

Trata-se de um projeto de pós doutoramento na área da tradução literária, sob a supervisão do Prof. Dr. Wagner Monteiro Pereira, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). A pesquisa se localiza no universo da escritora argentina Ana María Shua e se concentra em duas sessões do livro “El Marido Argentino Promedio”, a saber: “El Libro del MAP” e “Retazos al Bies”. Tem como objetivo principal traduzir essas sessões do espanhol para o português, evidenciando as dificuldades encontradas nos elementos socioculturais advindos do universo feminino e feminista da autora, sendo o tradutor do sexo oposto.

 

GERMANA HENRIQUES PEREIRA: líder do grupo de pesquisa

PROJETOS EM ANDAMENTO:

CAROLINA MARIA DE JESUS:

Este projeto visa dar continuidade à pesquisa anterior cujo objetivo era levantar os principais aspectos da recepção crítica da obra de Carolina de Jesus pós anos 1990 até os dias atuais, projeto encerrado em 2023, financiado pela FAP-DF, no Edital Demanda Espontânea de 2017. A pesquisa CAROLINA MARIA DE JESUS: “QUANDO INFILTREI NA LITERATURA”, agora iniciada, dará prosseguimento à análise da escrita da autora sacramentana, a partir do corpus de suas obras publicadas nos últimos anos pela Companhia das Letras, mas inclui, para análise futura, as obras a serem ainda publicadas, tendo em vista que o projeto editorial da Companhia compreende a edição de toda a obra manuscrita da autora. O objetivo é estudar a escrita literária de Carolina, tendo-a como escritora hoje canonizada pela crítica, relacionando escrita autoral, diário de autor, prosa literária e escrita poética, desde o momento de sua enunciação, nos anos 1950 e 1960, e sua publicação em volumes pela referida editora. A principal questão a ser estudada remete à construção da escrita literária de Carolina de Jesus e sua relação entre os diários de autora e a escrita ficcional. Carolina escreve os diários como autoficção ou diário de autor, texto em que reflete sobre suas criações e encontra um espaço de diálogo com seu destinatário, o/a leitor/a. Nas obras de ficção, essa relação entre autor-narrador ou autora-narradora e seu narratário/a permanece? Se persistir, como se configura? Pretende-se, portanto, responder a essas perguntas a partir dos volumes já publicados da vasta obra manuscrita de Carolina de Jesus, tanto do gênero diário de autor no caso, autora -, quanto ficcionais e poéticas, uma vez que toda a obra da autora mineira se inscreve no desejo de se identificar como poeta dos pobres (Casa de Alvenaria – Osasco, vol. 1, 2021; Casa de Alvenaria – Santana, vol.2, 2021; O Escravo, 2023). Ressalte-se que a obra autobiográfica é aqui considerada na relação íntima que tece com a ficção romanesca e poética de Carolina de Jesus, dentro do seu espaço autobiográfico (SOUSA, 2012).

A LÍNGUA DA TRADUÇÃO – HISTÓRIA DA TRADUÇÃO NO BRASIL: TRADUÇÃO LITERÁRIA, CRÍTICA DE TRADUÇÃO, PERFIL DE TRADUTOR

A LÍNGUA DA TRADUÇÃOO objetivo deste projeto de pesquisa é estudar a língua da tradução do romance no Brasil, do início dos anos 2000 até 2023, inclusive. A escolha pela prosa deve-se ao fato de que, no geral, a crítica literária tradutória dá menos enfoque ao romance do que ao texto poético, que já tem uma crítica consolidada no país, graças a poetas tradutores como Haroldo e Augusto de Campos, para citar apenas alguns. O fato de a prosa ocupar menos espaço no cânone nacional no que respeita à crítica de tradução não significa que não tenha sua importância. Se lembrarmos de grandes autores, como Joyce, Proust, Garcia Márquez ou Borges, e Kafka, as traduções de prosa, contos e romances, tem ocupado páginas de jornais e suplementos literários, trabalhos acadêmicos, blogs e sites de entrevistas, desde o lançamento da (nova) tradução até bem depois dele, quando chegam à universidade e se tornam objeto de pesquisa acadêmica. De todo modo, e malgrado a importância desses prosadores estrangeiros canônicos, a crítica de tradução poética se inscreveu no cânone da crítica nacional e tem persistido nos dias atuais, para além dos poeta-críticos como os Campos, Mario Faustino, José Paulo Paes, Ana Cristina César, Mario Laranjeira, a crítica de tradução poética tem persistido nos dias atuais, dizíamos, com os trabalhos de Paulo Henriques Britto, Álvaro Faleiros, Caetano Galindo, entre outros. Em suma, a pergunta que fazemos é: qual é a língua literária que plasma a tradução de prosa, configurando-a, dando-lhe forma, e por aí, constituindo seu sentido? Queremos neste projeto de pesquisa estudar essa língua literária da tradução da prosa no Brasil, dos anos 2000 para cá, com a intenção de, a partir do olhar do/a tradutor/a, identificar sua posição tradutória, suas estratégias de tradução, e a partir desses elementos, construir seu perfil de tradutor. A língua literária da tradução só poderia advir da posição e da relação tradutória que o tradutor mantém com o texto que traduz.

SABINE GOROVITZ: líder do grupo de pesquisa MOBILANG

https://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/41675

O grupo de pesquisa MOBILANG tem como principal objetivo analisar, numa abordagem sociolinguística, fenômenos de contatos linguísticos decorrentes das mobilidades humanas, questionando a noção de fronteira nos processos tradutórios. Busca-se assim observar as práticas linguísticas com foco nos diversos fenômenos característicos dos contatos: estratégias de tradução e mediação linguística e transcultural, mudanças e misturas de línguas (seja em termos de alternância códica, empréstimos, decalques, interferências, neologismos, etc.) são identificadas e descritas, assim como suas implicações no âmbito social. Nesse contexto, as pesquisas buscam entender a questão estruturante da gestão das línguas, seja por um mesmo indivíduo, inserido dentro de uma comunidade, de um país ou de um continente, seja por um grupo ou por uma coletividade, por meio da implementação de políticas linguísticas, com seus amplos desdobramentos sociais. Essas dinâmicas podem também se inscrever em relações sociais e institucionais entre duas ou mais línguas e dois ou mais países.

Desse modo, as análises pretendem contribuir com a compreensão e o reconhecimento de um Brasil multilíngue, mostrando que a diversidade linguística é um elemento fundamental na promoção das expressões culturais em um país. De fato, ainda que o país apresente um cenário historicamente consolidado de contatos entre populações e línguas, as discussões em âmbito institucional em torno das questões linguísticas são insipientes. Essas deficiências institucionais com relação às comunidades migrantes e seus direitos linguísticos têm sido compensadas por iniciativas solidárias e discussões restritas à academia e à sociedade civil por meio de organizações não governamentais e religiosas, ainda que muitas ações sejam implementadas em diálogo com instituições públicas. A ausência de política e mecanismos de acesso linguístico efetivos revelam como o Estado brasileiro não está conseguindo respaldar adequadamente suas instituições públicas na garantia dos direitos dessa população.

Para compensar essas deficiências institucionais o grupo MOBILANG tem buscado implementar iniciativas solidárias em parceria com outras instituições acadêmicas e da sociedade civil, ainda que muitas ações sejam construídas em diálogo com instituições públicas, em grande medida por meio de ações de extensão e parcerias institucionais. São políticas linguísticas, especialmente de tradução, para garantir o acesso aos direitos humanos de pessoas com pouca ou nenhuma proficiência em português, sejam elas imigrantes recém-chegados ao Brasil, ou brasileiros cuja língua primeira não é o português, como povos indígenas e comunidade surda, especialmente em sua relação com as instituições públicas.

Nesse contexto institucional, as pesquisas do grupo MOBILANG vem focando especialmente a participação linguística dos imigrantes recém-chegados no Brasil por meio da intervenção de um intérprete ou de um tradutor. Trata-se, em suma, de discutir as relações que se estabelecem entre os falantes e as estratégias por eles desenvolvidas, frente às políticas, implícitas e explícitas, implementadas no enfrentamento e na gestão da presença dos imigrantes no país.

Hoje, o grupo MOBILANG possui sete linhas: Contatos de línguas em contextos migratórios; Multilinguismo e relações de poder na construção da igualdade de gênero; Contatos de línguas em produções artísticas de regiões não-hegemônicas; Contatos de línguas na web; Terminologia da mobilidade; Intercompreensão; e Políticas e direitos linguísticos em contextos migratórios.

ALBA ELENA ESCALANTE ALVAREZ: líder do grupo de pesquisa TRADUÇÃO E PSICANÁLISE

dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/0991635190935929

O grupo de pesquisa Tradução e Psicanálise nasce como um grupo de estudos em 2015. Ao longo dos anos vem produzindo reflexões de cunho epistemológico sobre a relação entre tradução e psicanálise, a partir de um diálogo multidisciplinar. A produção de traduções, algumas publicadas e outras em andamento, permite ponderar sobre as especificidades da tradução de textos psicanalíticos, em contraste com outros campos do conhecimento. Além disso, fizemos um levantamento preliminar sobre as traduções, e os tradutores de Lacan em espanhol e português, e um estudo inicial sobre as declinações do termo tradução na obra de Jacques Lacan. O grupo realiza um seguimento sobre as produções bibliográficas que reúnem os dois campos, e trabalha na construção de um site para alimentar as redes de interações e trocas.

HELENA SANTIAGO VIGATA: líder do grupo de pesquisa Acesso Livre

O Grupo Acesso Livre é um grupo de pesquisa cadastrado no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq. Desenvolve pesquisas teóricas, descritivas e estudos de caso na área de tradução audiovisual e acessibilidade artística e cultural – cinema, televisão, fotografia, videojogos, teatro etc. – para as pessoas com diversidade sensorial.

O grupo possui vínculo com o Núcleo de Tecnologia Assistiva, Acessibilidade e Inclusão (NTAAI) da UnB criado no marco do Plano Viver sem Limites, do Governo Federal. Conta com a participação de docentes, técnicos, e alunos de graduação e de pós-graduação de áreas diversas, como Comunicação, Linguística e Tradução.

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